Semed avalia integrar calendário de várzea ao regular devido mudanças climáticas recorrentes
13/12/2024
Pela primeira vez, os profissionais estão desfrutando de um recesso natalino de 10 dias, sem a necessidade de compensar com sábados letivos. Imagens áreas da comunidade do Aritapera
TV Tapajós
Em Santarém, no oeste do Pará, a Secretaria Municipal de Educação (Semed) está concluindo o calendário letivo regular no dia 20 de dezembro de 2024. No entanto, para as comunidades de várzea, onde o ciclo de ensino é adaptado às condições climáticas, o ano letivo segue até abril de 2025. A iniciativa busca atender às especificidades da região, marcada pela sazonalidade do clima e pela estiagem prolongada que impacta diretamente a rotina escolar.
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De acordo com Nilton Araújo, coordenador da região de rios, o calendário de várzea é ajustado devido à dinâmica climática local, mas, pelo segundo ano consecutivo, a estiagem severa trouxe desafios adicionais.
"Temos hoje mais de 64 alunos da rede pública que ainda estão tendo aulas de forma remota por conta da seca. Estamos analisando a possibilidade de alinhar o calendário de várzea com o calendário regular para mitigar os impactos climáticos no ensino", afirmou.
Apesar dos desafios, a gestão municipal garantiu um benefício para os servidores da educação. Pela primeira vez, os profissionais estão desfrutando de um recesso natalino de 10 dias, sem a necessidade de compensar com sábados letivos. O recesso vai começar no dia 23 de dezembro e segue até o dia 1º de janeiro, quando as atividades escolares serão retomadas normalmente.
"Esse benefício é fruto de um esforço conjunto da Secretaria de Educação e do governo municipal. Antes, os servidores precisavam cobrir o recesso trabalhando aos sábados. Agora, conseguimos proporcionar esse descanso merecido", destacou Araújo.
A estiagem que marcou 2024 trouxe dificuldades não apenas para o calendário letivo, mas também para o deslocamento e a permanência dos alunos nas escolas. As condições climáticas adversas têm levado a Semed a repensar o modelo do calendário de várzea, que atualmente é baseado na dinâmica dos rios e nas condições de acesso das comunidades ribeirinhas.
"Estamos refletindo sobre a viabilidade de uma mudança. Talvez seja o momento de integrar o calendário de várzea ao regular, considerando que os eventos climáticos extremos estão se tornando recorrentes. O ensino remoto é uma alternativa emergencial, mas nosso objetivo é fortalecer a educação presencial, adaptando-nos às realidades locais e climáticas. Continuamos trabalhando para minimizar os impactos e oferecer o melhor para nossos estudantes", concluiu o coordenador.
A expectativa é que, em 2025, com a revisão do calendário e novos investimentos em infraestrutura e logística, a educação em Santarém esteja ainda mais alinhada às necessidades das comunidades de várzea e às demandas do ensino regular.
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